7 de mar. de 2012

Pedindo licença: Só para lembrar que tenho um coração

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas as vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: Quer-se absorve a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida". (Clarice Lispector)
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Antes de qualquer coisa devo dizer que sim, eu estava pronta para tudo isto, afinal, é o sonho de uma vida, desde que descobri que faculdade existe (antes mesmo de ter qualquer convicção à cerca de para que ela servia) eu já sonhava com isso todo o tempo.
Eu realmente acreditei que estava preparada para TODOS os prós e contras que esta tão desejada mudança implicava, mas não. Para certas coisas nunca há tempo de preparo suficiente.
Esses dias li a seguinte frase: "Pra merecer esse sonho, prometi pra Deus que não ia ficar olhando a vida pelo retrovisor" e pensei: "Perfeito". porém, não é tão fácil assim. Quando mergulhamos no novo, surge algo que quem nunca sentiu, não viveu de fato, vagou pela vida sem nenhuma intensidade.
Saudade... Um sentimento que pode ter o gosto do mais puro meu, ou do mais azedo dos limões. Comigo costuma ser um misto de ambos os sabores. E o que eu faço? Simples! Faço uma boa limonada adoçada com mel e brindo a vida. Quer coisa melhor?!
Ultimamente tenho sentido saudade das pequenas grandes coisas: dos abraços, das brincadeiras, da algazarra matinal dos meus amigos (os mais tresloucados que já tive), das conversas intelectuais (ou às vezes vazias) com meus professores, desses mesmos professores dizendo que não dá pra fazer tudo perfeito o tempo inteiro, de passear pela escola, de ajudar minhas "protegidas", de usar tiaras de laço diariamente - e de ter sempre alguém querendo roubá-las, de chorar e rir por bobagens, de andar pela sala de aula e falar com todo mundo - ou quase, de aconselhar todo mundo, de devorar livros, de discutir por coisas completamente sem sentido, de... São tantas coisas, é tanta saudade que é difícil guardar. Aí eu corro pra escola, ando por aqueles corredores e escadas onde tive dos melhores aos piores dias de minha vida, vejo aqueles rostos que me viram crescer, percebo que pra muitos deles o tempo não passou. Algumas horas, alguns abraços e uns dedinhos de prosa. Volto para casa e sinto que estou pronta, para sentar, escrever, e voltar a sentir saudade.